quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Janeiro de grandes espetáculos homenagem a Bóris Trindade !

Advogado hábil e famoso, personagem de tantas batalhas judiciais, um dia, talvez influenciado pelas semelhanças entre o teatro e o tribunal, resolveu se transformar em produtor teatral. Foi a forma encontrada para se aproximar do teatro, cujo micróbio já corria em suas veias. Esse amor pelas artes cênicas fez dele um excelente produtor. Produtor na verdadeira acepção da palavra. Jamais dependeu de patrocínios ou de leis de incentivos fiscais. Bancava tudo, com base na bilheteria.

Para que tudo isso funcionasse, era necessário muito trabalho e dedicação. Por isso mesmo era comum as pessoas se depararem com o doutor Bóris, nas madrugadas, pintando os muros da cidade. As letras levavam informações sobre cada espetáculo. Nisso, também inovou o doutor Bóris para divulgar os espetáculos por ele produzidos: É..., Calígula, A Viola do Diabo, Tal e Qual – Nada Igual, Foi Bom, Meu Bem?, As Tias, O Boca de Ouro, 13, Amor em Campo Minado, A Aurora da Minha Vida, O Circo de Seu Bolacha, Assim É... (Se Lhe Parece), Bella Ciao, Cegonha Boa de Bico, O Menino da Bolha Mágica, Tal e Qual – Nada Igual Nº 2 (A Novelha República), Tango, É Uma Brasa, Mora!, O Burguês Fidalgo, Viva a Rainha do Rádio, Feliz Ano Velho e Bailei na Curva.

Foi ele quem tornou conhecido o Teatro Apolo, com a montagem de Foi Bom, Meu Bem?. O teatro, há pouco inaugurado e situado em plena zona (já em declínio, mas carregando a fama), não era flor que se cheirasse. Doutor Bóris iluminou a rua, providenciou policiamento e, de repente, a rua de “má fama”, passou a ser um local vip, visitado por quem quisesse ver bons espetáculos teatrais.

Os filhos e sobrinhos do doutor Bóris também foram seduzidos pelo teatro. Afinal, ele fez com que todos convivessem, desde cedo, com as artes cênicas. Aramis é ator de teatro, cinema e televisão; Beto, também advogado, dedicou-se à iluminação teatral; Borica, ator e circense; Amália, atriz, circense e ginasta rítmica; Betuca, o sobrinho, iluminador... Enfim, Bóris envolvia toda a família na produção dos seus espetáculos. Desde a esposa, Regina, ao filho caçula, Eduardo, ainda criança.

Família de artistas, sob a regência do produtor que abrigava atores em sua residência, situada no Rosarinho, e que adorava juntar elenco e pessoal técnico para almoçar e jantar em sua casa, com mesa sempre farta. Produtor que foi o responsável, junto com poucos outros, pela introdução do profissionalismo no teatro pernambucano. Um produtor, é bom que se repita, na verdadeira acepção do termo. Por tudo isso, ele tem de ser louvado e homenageado neste 17º Janeiro de Grandes Espetáculos. Parabéns, doutor Bóris, e muito obrigado pela contribuição ao  teatro!

Homenagem linda né ?,corram pra ver as apresentações !


por:brumenezes

Nenhum comentário:

Postar um comentário