Josué Apolônio de Castro nasceu no Recife, em 5 de setembro de 1908, na casa número 1 da rua Joaquim Nabuco. Viveu no Recife e estudou medicina na Bahia, graduando-se no Rio de Janeiro em 1929. Formado, retorna ao Recife para trabalhar na Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, a convite de Olívio Montenegro, Sílvio Rebelo, Gilberto Freire e outros do grupo de José Maria Belo que iria ser Governador. A Revolução de 1930 impediu que Josué conquistasse um emprego na Secretaria de Educação e mudou sua sorte. Começou a clinicar no Recife e também a trabalhar como médico em uma grande fábrica, quando realiza, em 1932, um Inquérito Sobre as Condições de Vida das Classes Operárias no Recife.
Em 1934, Josué de Castro casa-se com Glauce Rego Pinto, companheira de toda vida, cúmplice, parceira e guardiã de seus escritos. O casal teve três filhos: Josué Fernando de Castro, Anna Maria de Castro e Sonia de Castro Duval. Aos 28 anos, já residindo no Rio de Janeiro, prestou concurso para o cargo de Professor Titular em Geografia Humana da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Seu primeiro trabalho publicado como professor foi a tese para o concurso de Professor Titular em Geografia Humana – Fatores da localização da Cidade do Recife.Radicado no Rio de Janeiro, clinicando, lecionando e estudando, Josué de Castro passa a ter atuação destacada em políticas públicas: nos movimentos em prol do estabelecimento do salário mínimo (que passa a vigorar por decreto-lei de Getúlio Vargas em 1940); na fundação dos Arquivos Brasileiros de Nutrição, editados sob a responsabilidade do Serviço Técnico da Alimentação Nacional e da Nutrition Foundation de New York em 1941; na fundação da Sociedade Brasileira de Alimentação em 1940, constituída de futuros dirigentes do Serviço de Alimentação da Previdência Social – SAPS, criado em agosto do mesmo ano por iniciativa do Ministério do Trabalho Indústria e Comércio.
Em 1942 é convidado oficial do governo da Argentina para estudar problemas de alimentação e nutrição, o que viria a acontecer igualmente com outros países, como os Estados Unidos em 1943, México e República Dominicana, em 1945.
Em 1943, Josué de Castro torna-se professor catedrático da cadeira de Nutrição do curso de Sanitaristas do Departamento Nacional de Saúde. É também designado diretor do Serviço Técnico de Alimentação Nacional (STAN), para nele desenvolver a área de tecnologia alimentar. Em 1945, o STAN é substituído pela Comissão Nacional de Alimentação (CNA), que Josué de Castro passa a dirigir até 1954. No exercício da Presidência do Conselho da FAO, impulsionado pelo sucesso de seus livros (Geografia da Fome havia sido publicado em 1946) e pelo prestígio do Órgão, além da aceitação de suas posições científicas, Josué de Castro empreende uma série de trabalhos no combate à fome no mundo, sempre buscando unir os conhecimentos científicos e a ação. Ao deixar a FAO, em 1957, Josué de Castro fundou a Associação Mundial de Luta Contra Fome - ASCOFAM, visando despertar a consciência do Mundo para o problema da fome e da miséria, além de promover projetos demonstrativos de que a fome pode ser vencida e abolida pela vontade dos homens.Josué de Castro foi indicado por três vezes para o prêmio Nobel: em 1954, concorreu para o Nobel de Medicina, e nos anos de 1963 e 1970, ao Nobel da Paz.
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