“São do meu jeito”, assim que define o seu trabalho feito
através de mãos delicadas e elaborado a partir de habilidades mentais. São por
essas mãos que saem imagens trazidas pela memória do tempo em que convivia com
os amigos Zé Caboclo e Vitalino, um tempo em que apreciava o canto dos
violeiros, as poesias de cordel e brincava de reisado.
Nascido em 28 de
janeiro de 1931, nascido no Alto do Moura, em Caruaru, Manuel Eudócio Rodrigues,
que desde de criança necessitava trabalhar, ajudando o pai na agricultura. A
partir dos nove anos de idade, fazia brinquedos imitando os da avó materna, que
era quem botava pra queimar suas mines esculturas. E foi na feira de caruaru,
que conheceu o mestre Vitalino em 1948 com 17 anos de idade, quando viu os
bonecos do mestre, inspirou-se e chegou em casa cheios de Ideias. Fez quinze
bonecos do seu jeito, inspirados na rotina da feira, sua vó queimou, ele
preparou as tintas e pintou-os com o dedo.
No meio da feira,
ficou perto do banco de Vitalino, chegou um “doutor” do Rio de janeiro, comprou
cinco pecinhas por 75 mil réis e ainda pediu para o mestre Vitalino orientar
bem o aluno Eudócio. A partir daí ele passou a se dedicar exclusivamente as
esculturas conhecidas em todo o Brasil como “o boneco de Vitalino” e se
dedicava a agricultura somente no inverno, além de fazer arte e ser agricultor,
precisava de ambos para sustentar 13 pessoas em casa, para dar estudo aos
filhos.
É através dessas mãos,
que eu falei no começo da redação, desde década de 40, Manuel vem descrevendo o
que tem vivido todos esses anos no Alto do Moura: Festejos, experiências como
batizado, enterros e casamentos. Às vezes, chegamos a pensar que todos os
bonecos de barro são iguais, mas eles são diferentes, pois cada mão inscreve
com o seu traço e detalhe próprio é como Manuel disse sobre a arte: “é como
quem escreve o nome”.
Fonte: Revista continente de Julho/2008
Bruna
Menezes
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